Genealogia Alemã: como pesquisar seus antepassados de origem germânica

foto do Portão de Brandemburgo, na Alemanha
Portão de Brandemburgo

Para os descendentes de alemães ou germânicos brasileiros, a busca pela história de seus antepassados é, em sua maioria, um trabalho de equipe. E muita coisa já está pronta, facilitando a pesquisa e o encontro com os ancestrais que imigraram do país que hoje é conhecido como Alemanha e outros próximos

A fim de elaborar um organizado planejamento, muita coisa precisa ser anotada e conhecida. E uma das prioridades para a pesquisa de ancestrais imigrantes é conhecer a história de sua vinda ao Brasil. No caso dos “alemães” a imigração começou em 1818, com a chegada a uma vila ao Sul da Bahia. Outros navios oriundos da Europa trouxeram mais famílias germânicas, hoje seriam pessoas dos países da Alemanha, Suíça, Áustria e parte da Rússia e da República Tcheca. Aos olhos dos corajosos imigrantes, o Brasil oferecia na época a promessa de uma vida mais próspera e bela, livre dos problemas sociais e climáticos enfrentados por eles.

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A primeira colônia formada para germânicos é do Rio Grande do Sul, até hoje conhecida por São Leopoldo. O desbravamento e o trabalho nas terras sulinas faz parte da história dos imigrantes. Para quem tem um ascendente que iniciou sua vida brasileira naquela região, encontrar o nome dos ancestrais, o navio e outras informações é algo bem fácil. Mesmo em meio a tanto trabalho (construção de casas, trabalho na terra, educação das crianças e tudo o mais que envolve uma vida digna), censos foram feitos para que nada da história deste povo, agora germano-brasileiro, se perdesse. Uma pesquisa simples na web e nas árvores já publicadas, além de centenas de livros com a genealogia de muitas destas famílias garantem sucesso na árvore do descendente.

Mas não foi apenas no Rio Grande do Sul que os germânicos se estabeleceram. As famílias foram chegando e o Brasil os recebeu de braços abertos. Em São Paulo, na capital, muitos se estabeleceram em bairros da Zona Sul que ainda preservam a cultura, seja pelas igrejas evangélicas ou pelos restaurantes de comida alemã. Outras cidades do interior de São Paulo também receberam estes imigrantes para trabalhar no cultivo do café e outros produtos. Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Espírito Santo também possuem um número muito grande de descendentes de alemães. Outro período de grande imigração foi no início do século XX, logo depois da I Grande Guerra Mundial, aumentando ainda mais a população alemã nos Estados do Sudeste.

Onde encontrar registros

A pesquisa dos ascendentes mais antigos é beneficiada pelos listas e registros dos dirigentes imigrantes locais. A preocupação em manter a história andava ao lado da construção das escolas que também serviam de igrejas provisórias. Apesar das dificuldades, diários, relatos, e muitos livros de registros dos principais eventos como nascimento, casamento e óbito foram preservados ao longo dos séculos.

A busca em Arquivos históricos e Igrejas evangélicas revela muita informação e documentos de casamento ainda dos primeiros imigrantes. Lista de chegada aos portos do Rio Grande do Sul e a chegada das famílias ao interior do Estado eram cuidadosamente anotadas e censos realizados periodicamente. A pesquisa entretanto, inclusive com imagens de registros e listas, também está em livros e árvores disponíveis a todos. Muitos descendentes mantêm o legado histórico de seus ancestrais germânicos preservando e compartilhando seu trabalho. E a pesquisa é semelhante em todas as regiões brasileiras onde esses imigrantes se estabeleceram.

Artigo especial: Os diferentes tipos de documentos genealógicos, onde encontrá-los e o que cada um fornece

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A importância de entender a cultura do povo germânico

Para os que descendem do povo germânico, conhecer algumas palavras do idioma ou dialeto alemão é algo comum. O gosto por pratos típicos também se revela entre os descendentes, mesmo que eles não levem um sobrenome estranho em sua identidade. A perpetuação da cultura é presente em muitos atos simples dos familiares, mesmo depois de dois séculos do início da imigração.

A cultura histórica também ajuda. Um exemplo é saber que, por uma época, os filhos recebiam os nomes dos padrinhos ou testemunhas no batizado, e às vezes mais um da preferência da mãe ou pai, e isso fazia com que a criança tivesse 3 ou 4 nomes antes do sobrenome (exemplo: Johann Friedrich Wilhelm Strauss).

O idioma natal foi conservado por várias gerações, mesmo depois da proibição do governo de dar nomes estrangeiros aos filhos ou mesmo de pronunciar palavras que não fossem em português em público. Atualmente existem cidades que ensinam nas escolas como segundo idioma o alemão, para preservar e corrigir o dialeto alterado dentro dos lares dos descendentes mesmo que mais de 6 gerações tenham passado depois da imigração.

Outros conhecimentos importantes

A pesquisa pode assustar quando o pesquisador percebe que terá que identificar e ler documentos em alemão ou ainda pior, em alemão gótico. Conhecer o básico do idioma pode se fazer necessário, especialmente os termos como nascimento/nascido (geburt/geboren), batizar (taufen), casar (heiraten), morto (tote). As palavras grandes podem assustar, geralmente são a união de várias, quase uma frase em uma palavra apenas, que pode ser desmembrada mentalmente para facilitar a tradução ou entendimento.

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Outro detalhe importante a ter em mente é a geografia, mudada muitas vezes depois da chegada dos primeiros imigrantes. Muitas cidades tiveram seus nomes alterados, além de ter seus limites em países diferentes do tradicional alemão. Os eventos como as grandes guerras também podem prejudicar bastante a pesquisa, pois muito material histórico foi destruído, tornando difícil o acesso aos registros.

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Os conhecimentos tecnológicos sempre ajudam na obtenção das informações para a montagem desta árvore repleta de histórias e desafios além de outras qualificações que podem facilmente ser adquiridas com o tempo e a dedicação nessa tarefa prazerosa de coletar e organizar os dados dos ancestrais, sua história e sua vida.

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Consultora de história da família, genealogista, pianista e principal responsável pelo blog do MyPast

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