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Portugal, Distrito de Leiria, Concelho de Bombarral, Arquivo Distrital, Paróquia de Bombarral | 1614-1911 |
O distrito de Leiria é um distrito português situado na região do Centro, dividido entre as províncias tradicionais da Beira Litoral e da Estremadura. Limita a norte com o distrito de Coimbra, a leste com o distrito de Castelo Branco e com o distrito de Santarém, a sul com o distrito de Lisboa e a oeste com o oceano Atlântico. Tem uma área de 3 506 km² (13.º maior distrito português) e uma população residente de 470 895 habitantes (2011). A sede do distrito é a cidade com o mesmo nome e inclui a sede administrativa da Diocese de Leiria-Fátima. Tem 110 freguesias distribuídas pelos seus 16 concelhos.
Sua capital, Leiria, na província da Beira Litoral, é sede da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, no Centro de Portugal, com cerca de 63000 habitantes no seu perímetro urbano. Os habitantes desta cidade chamam-se leirienses ou coliponenses.
É também sede de um município com 565,09 km² de área e 126 897 habitantes (2011) subdividido em 18 freguesias, o que faz dele o segundo concelho mais populoso das Beiras, só superado por Coimbra. É limitado a norte/nordeste pelo concelho de Pombal, a leste pelo de Ourém, a sul pelos municípios de Batalha e Porto de Mós, a sudoeste pelo de Alcobaça, a oeste pelo concelho da Marinha Grande e a noroeste pelo Oceano Atlântico.
Leiria é o principal centro urbano da unidade estatística Pinhal Litoral e da comunidade urbana de Leiria, assim como um importante centro de comércio, serviços e indústria. O município tem uma faixa costeira a ocidente, que a liga ao Oceano Atlântico. O feriado municipal é a 22 de maio e celebra a criação da diocese de Leiria, em 1545. A sua elevação a cidade ocorreu no dia 13 de Junho do mesmo ano. A cidade é banhada pelos rios Lis e o seu afluente, o Lena, sendo o castelo de Leiria o seu monumento mais notável. O concelho recebeu o primeiro foral de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, em 1142, sob o nome de Leirena.
A história precoce de Leiria é obscura. Mas mesmo assim, a bacia hidrográfica do Lis é das zonas com maior densidade de achados arqueológicos do país, atribuíveis ao Paleolítico Inferior. De momento estão inventariados mais de 70 sítios arqueológicos na região, entre os quais vários jazigos de sílex, inúmeros seixos talhados (em areeiros por arrastamento do rio, na Quinta do Cónego nas Cortes, na Mata dos Marrazes, atrás do Bairro Sá Carneiro), gravuras rupestres (na praia do Pedrógão), uma pintura rupestre (no vale-canhão do Lapedo) e muitas outras. De todos os achados destaca-se o menino do Lapedo, encontrado no vale do mesmo nome e que tem suscitado o interesse da comunidade científica internacional. Os primeiros habitantes que se sabe ao certo, foram os túrdulos (Turdulorum Oppidani), um povo indígena Celtibero (relacionado com os Lusitanos); que estabeleceu uma povoação perto (a cerca de 7 km) de Leiria. Esta foi posteriormente ocupada pelos romanos, período em que floresceu sob o nome de Collippo . As pedras da antiga cidade romana foram usadas na Idade Média para construir parte de Leiria, destacando-se o castelo onde ainda se podem ver pedras com inscrições romanas.
O nome Leiria em si, deriva de leira (do galaico-português medieval laria : a partir do proto-celta * ɸlār-yo-, semelhante ao lar em Irlandês antigo 'chão', em Bretão leur 'chão', em Galês llawr ' andar ') que em Português significa área de lotes agrícolas.
Leiria foi habitada pelos suevos em 414 dC e incorporada por Leovigildo no reino dos visigodos em 585 dC. Mais tarde os mouros ocuparam esta a área, até à tomada por D. Afonso Henriques em 1135, durante a chamada Reconquista. A região foi alvo de ataques mouros até 1140. Durante esse período entre Leiria e regiões mais a Sul como Santarém e Lisboa, existiu uma faixa territorial conhecida como "terra de ninguém", até esta ser repovoada por cristãos. Em 1142 Afonso Henriques atribuiu o primeiro foral (carta de direitos feudais) para estimular a colonização da região. A maioria da população vivia dentro das muralhas protectoras da cidade inicialmente, mas já no século XII parte da população vivia na sua parte exterior. A mais antiga igreja de Leiria, a Igreja de São Pedro, construída em estilo românico no século XII, servia a freguesia exterior às muralhas.
Comparando com a Idade Média, a história subsequente de Leiria é de relativa decadência. A cidade foi duramente atingida pelas Invasões Francesas, especialmente em 1808 (o massacre da Portela, pelas tropas Napoleónicas do Gen. Margaron), e o Grande Incêndio de 1811, causado pelos franceses que retiravam das Linhas de Torres. No entanto, no século XX, a sua posição estratégica no território português favoreceu o desenvolvimento de indústrias diversas, levando a um grande desenvolvimento da cidade e da sua região. De facto, durante vários anos, Leiria foi das poucas capitais distritais que não era a cidade mais populosa do próprio distrito, sendo suplantada pela cidade de Caldas da Rainha. Contudo, nos últimos anos a cidade tem-se desenvolvido de forma extraordinária, e é já um dos 25 principais centros urbanos de maiores dimensões do país.