Começando a pesquisar sua ascendência japonesa

O Brasil é rico em cultura estrangeira graças às grandes imigrações que começaram no século XIX porém deixaram o gigante território crescer também na economia. As populações mistas são o país, não há como citar brasileiros sem imaginar uma diversidade de povos.

Para os descendentes de orientais, buscar seus antepassados pode representar um desafio mas nunca uma tarefa impossível. A preservação da história e a cultura japonesa de preservar o conhecimento dos antepassados ajuda a resolver os mistérios e a preencher um extenso gráfico de linhagem.

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A Imigração Japonesa no Brasil

Um início para descendentes brasileiros é com certeza a imigração. Nesse ponto a maioria sabe que o primeiro navio a trazer nipônicos para o Brasil foi o Kasato Maru que partiu de Kobe dia 28 de abril em uma viagem de 50 dias até o porto de Santos em 1908. Á bordo 781 imigrantes foram os primeiros japoneses a conhecer as terras brasileiras.

Kasato Maru, o primeiro navio a trazer japoneses e japonesas para o Brasil

A partir desta primeira leva, muitas se seguiram, sempre no porto de Santos que recebeu entre 1908 e 1914 a quantidade de 133.200 imigrantes. Essa mudança de continente de uma terra onde cultivar o arroz era a principal tarefa, aconteceu depois de muitas negociações e acertos entre os dois países. Ao chegarem ao país, o destino para as lavouras de café no interior já estavam traçados.

Para o Brasil a necessidade de mão de obra era grande e as negociações com outros países para suprir essa carência eram urgentes e resolutivas. Para o Japão, que enfrentava um atraso na modernidade e excesso de população, o interesse era grande e o incentivo aos seus habitantes proporcionou uma era de migrações mesmo em face ao enfrentamento de divergências grandes na cultura, religião e conduta.

Como encontrar os registros e montar sua linhagem ascendente japonesa

Para realizar a pesquisa genealógica dos descendentes nipo-brasileiros, o processo inclui:

  • A busca de documentos dos principais eventos pessoais no Brasil, nascimento, casamento e óbito. Os registros brasileiros são abertos para a pesquisa e existem muitas plataformas onde imagens online podem ser pesquisadas livre e comodamente a partir da própria casa do descendente
  • Chegando ao nome do imigrante a busca pela sua entrada no Brasil é fundamental. É possível encontrar os cartões de imigração online facilmente onde a data de entrada, nomes dos pais e dos outros imigrantes menores que acompanharam a viagem e muitas vezes uma foto acompanham a descoberta. Também é possível verificar a listagem de imigrantes através do Museu de Imigração
  • Mais detalhes de histórias, acontecimentos, imagens, motivos e lista de imigrantes podem ser encontrados nos sites específicos de preservação da memória japonesa no Brasil bem como através de uma visita pessoal
  • Buscar entre os parentes as informações de memória da história e fatos dos ancestrais e registrar para sua preservação também faz parte do processo de pesquisa. Essa etapa vai muito além do salvaguardar a memória dos antepassados pois os detalhes dos dados transmitidos ajudarão na continuação da pesquisa.

Depois de conhecer as referências no Brasil, com a linhagem ascendente preenchida e repleta de informação e história até o imigrante, o passo seguinte é buscar os dados no país de origem, o que pode representar um desafio mas nunca será impossível.

As leis asiáticas de privacidade e de acesso aos registros dos principais eventos de vida não precisam inibir o descendente pois com a linhagem devidamente preenchida ele tem em suas mãos os melhores motivos para adquirir essas informações. Chegando a este ponto conhecer um pouco mais de termos e da escrita japonesa será essencial. Alguns deles que poderão ser necessários incluem:

  • koseki tohon – registros familiares. Ali as informações dos ancestrais residentes do Japão no passado permitirão continuar montando a árvore genealógica
  • kakocho – registros religiosos de óbitos. Conterá datas e outras informações importantes para constar na árvore
  • shumoncho – registros de inquisição religiosa que contém nomes, relacionamentos, idade e sexo do ancestral

Adquirindo as informações principais será possível avançar nas gerações. Para isso um conhecimento é igualmente importante, o da localidade que o ancestral imigrante viveu antes de vir para o Brasil.

A geografia pode ter sido alterada com o tempo, vilas podem ter se tornado em cidades e será necessário saber qual a Prefeitura, equivalente aos Estados no Brasil. O território é subdividido em 8 Regiões e as Prefeituras são 47. Ao encontrar a vila ou povoado do ancestral, solicitar os registros familiares será possível. Apresentar e comprovar a descendência do parente que estão sendo solicitados os documentos será necessário.

Grafia e nomes de origem nipônica

É importante saber que o sobrenome pode vir antes do nome próprio nos registros japoneses, tradição comum na Ásia e que vem sendo alterada pela influência ocidental. Na pesquisa online é prudente colocar o sobrenome como nome pois a indexação destes registros pode ser falha pela falta de conhecimento do que seria o nome e o sobrenome e a cultura de registrar o sobrenome após o nome de batismo no Brasil.

Para as mulheres que se casam o sobrenome do marido passa a ser o dela e ela também passa a ser registrada no koseki da família do marido. Essas práticas são as adotadas no passado e muita coisa hoje mudou, porém para a pesquisa da linhagem ancestral saber disso é fundamental para planejar como buscar as informações e onde pedir os registros.

Os sobrenomes japoneses são os mais variados do mundo sendo o país com mais sobrenomes por pessoa (cerca de 100 mil sobrenomes para 120 milhões de habitantes). O recebimento de sobrenomes para todos nipônicos ocorreu por volta do ano 1870, sendo em 1875 obrigatório para todos.

Mergulhar na história, cultura e informações do povo ancestral trará muito mais que apenas uma árvore completa, mas o conhecimento de si mesmo e compreensão de tradições, religião, gastronomia e entendimento dos atos dos parentes mais velhos.

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Consultora de história da família, genealogista, pianista e principal responsável pelo blog do MyPast

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