Como pesquisar antepassados que foram escravos no Brasil

Como pesquisar antepassados escravos no Brasil

É uma dúvida comum de muitos brasileiros: como sequer começar a pesquisar seus antepassados que foram escravos no Brasil? A história da escravidão assusta e muitos evitam falar de como foi a vida de seus ancestrais por vergonha, mágoa ou simplesmente para esquecer algo nada bom de ser lembrado (sem contar que não é nada fácil). 

O desejo de conhecer as origens leva muitos descendentes a realizar sua pesquisa independente da história que acompanha e dos povos que transmitiram a genética e cultura diferentemente do visualizado no passado onde apenas quem possuía ascendência nobre buscava reconstruir a linhagem ascendente.

A genealogia está se tornando comum para todos e as perguntas para descobrir as origens são muitas, pois para cada pessoa a pesquisa será diferente, exceto para irmãos do mesmo pai e mãe.

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Como começar a pesquisar seus antepassados escravos no Brasil

Para começar a pesquisar seus antepassados que foram escravos no Brasil é muito importante para todos ter uma conversa calma e produtiva com os parentes que estão vivos e coletar o máximo de informações possíveis. Essa entrevista renderá informações importantes sobre:

  • Datas dos principais eventos como nascimento, casamento e óbito, mesmo que sejam apenas mês e ano aproximado ou mesmo períodos que o evento possa ter ocorrido. Muitos contam que a pessoa faleceu quando o entrevistado tinha certa idade, o que também ajuda no cálculo e localização de registros
  • Localidades, onde viveram, quando houve migrações de Estado, viagens, moradias em outras localidades por um período de tempo e retornos acontecidos. Detalhes que fazem a diferença
  • Relacionamentos, parentescos e outros detalhes de pessoas e amigos que poderão ajudar na busca de outras informações
  • O que eles faziam profissionalmente e tudo o que conseguirem lembrar sobre as pessoas que já se foram

Para isso, ter um questionário em mente é essencial. As perguntas básicas devem ser anotadas ou gravadas na mente e outras virão conforme a conversa fluir. 

O fator confiança é importante para que a entrevista tenha êxito completo e a história seja de fato revelada durante a conversa. Para isso, falar de si mesmo antes de começar a fazer as perguntas é excelente para que o entrevistado se sinta à vontade. Ouvir atentamente, comentar e falar de si durante as respostas também é uma forma de manter boa reputação.

Reunindo informações para pesquisar seus antepassados que foram escravos no Brasil

Para melhor visualização, é muito importante montar a linhagem com todas as informações adquiridas através dos familiares vivos. Com um programa ou plataforma adequados fica fácil acrescentar um primo distante mas descendente de um mesmo antepassado 4 ou 5 gerações para trás.

Outro fator muito importante é conhecer a História geral, saber as datas de grandes acontecimentos ou períodos em que ocorreram as viagens e chegadas de africanos no Brasil. Através deste conhecimento ficará mais fácil desvendar possíveis informações incoerentes e encontrar as que são mais viáveis.

A história local dos antepassados escravos é digna de estudo e atenção pois pode trazer informações não localizadas nas vias comuns de busca em registros. Jornais e a história trarão os senhores das terras onde os ancestrais viveram no passado e ao pesquisar sobre esses senhores, informações preciosas sobre a linhagem serão também descoberta além da história de vida deles.

Leia também: Como pesquisar a genealogia dos seus antepassados africanos

Pesquisa de registros de antepassados que foram escravos no Brasil

Essa parte divertida vai remontar e comprovar os parentescos comentados ou lembrados e trazer credibilidade para a árvore familiar. Muitas fontes são excelente em muitos casos difíceis e não podem ser esquecidas:

  • Registro Civil (cartórios, Arquivos, fontes na web)
  • Registros religiosos (batizados, casamentos, óbitos e outros)
  • Inventários e testamentos (especialmente para os ancestrais escravos, pois faziam parte da herança dos donos)
  • Cemitérios (muitas estão na web)
  • Comunidades Quilombolas (disponível pela web)

Estas fontes de pesquisa são as que fornecerão as informações principais, mesmo que sejam apenas nomes e localidades. Juntamente com a história que foi passada pelos parentes vivos os dados irão se encaixando e a formação da árvore acontecerá de forma positiva.

Usar todos os recursos tornará a pesquisa mais assertiva em comparação aquela que busca apenas os dados em registros civis e religiosos. Especialmente a descoberta de quem foram os donos dos ancestrais escravos dará um passo grande na árvore que está se formando.

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Uma dica mais específica seria pesquisar em registros civis até o início da obrigatoriedade (por volta de 1889), seguir para registro de batismo para os nascidos antes desse período e outros registros religiosos, e ir até o período da escravidão. Muitos filhos de escravos foram alforriados antes da lei brasileira e os registros serão encontrados normalmente nos livros paroquiais. Para os que eram escravos os livros de posses de seus donos são as melhores fontes de informações pois nascimentos de filhos de escravos eram ali registrados também.

Os registros de óbito costumam declarar a nação de onde a pessoa veio e ali fica uma dica da origem dos ancestrais buscados. Registros civis e religiosos de nascimento ou batismo também indicavam a cor ou nacionalidade da linhagem ancestral o que também ajuda na união das gerações ascendentes. 

Pesquisar antepassados que foram escravos no Brasil é unir esforços

A pesquisa ancestral não é fácil e rápida para ninguém. Os desafios são igualitários para pessoas que buscam informações sobre seus ancestrais sejam eles de qualquer parte do mundo. A persistência e o amor unidos conseguirão ir mais a fundo e conhecer a respeito da vida e história da ancestralidade de todos que desejam conhecer.

Consultora de história da família, genealogista, pianista e principal responsável pelo blog do MyPast

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