Ascendência libanesa: Conheça a história da imigração e como fazer o pedido de cidadania

Uma particularidade nacional é a diversidade de culturas e povos entre os ancestrais da população brasileira. Não é raro encontrar pessoas com muita variedade em suas ascendência e assim, ter que descobrir a respeito de localidades e populações bem diferentes do que imaginava ser necessário.

Nem sempre os esforços levarão ao que foi repassado na história dos mais antigos e essas agradáveis surpresas podem indicar uma necessidade maior em se aprofundar no conhecimento da cultura e da história dos ancestrais.

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A imigração libanesa no Brasil

O Brasil começou a receber imigrantes libaneses por volta de 1880, época em que a localidade ainda estava sob o domínio do Império Otomano. A oportunidade de sair do país e arredores era uma opção vantajosa pois permitia ao libanês manter sua religião, seus ideais políticos, progredir em áreas rentáveis como o café no Brasil ou mesmo a ilusão de estar indo para a América, com a intenção de ser América do Norte.

Para os descendentes é importante saber que seus ancestrais entraram no Brasil para serem direcionados principalmente para as localidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Pará. Com o tempo a  extração do látex no norte e as fazendas cafeeiras nos outros Estados agregaram mais mão-de-obra com a chegada destes imigrantes.

Por estarem em domínio otomano, seus passaportes indicavam que eram turcos, apesar de eles não se considerarem pertencentes a este povo. Saber a localidade de nascimento ajudará a ter certeza se o ancestral é de fato libanês ou turco como dito em sua entrada.

A atividade profissional mais marcante dos imigrantes do Oriente Médio é sem dúvida o comércio. Com poucos recursos os valentes recém chegados andavam pelas cidades e fazendas, vendendo e mesmo sem receberem o pagamento no momento da compra, deixavam as mercadorias e melhoraram a vida de todos. O progresso da economia pessoal aos poucos começava a ficar evidente.

Depois que os primeiros imigrantes chegaram ao solo brasileiro e verificaram ser possível a sobrevivência e crescimento econômico, eles convidaram outros parentes para vir e se unirem na terra do sonho. Desta maneira singela de início como mascate foi que muitos descendentes tiveram suas vidas transformadas com estudo e ascendência profissional. Muitos comerciantes se estabeleceram no decorrer dos anos e em outras temporadas de imigração posteriores.

Esse cenário era o do início até aproximadamente a primeira guerra mundial, e após esse acontecimento os que chegaram fixaram residência e comércio de acordo com suas posses, desenvolveram sua economia e estabeleceram condições para o progresso de familiares e descendentes. Toda essa história resultou em uma população libanesa maior dentro do território brasileiro que no próprio país de origem.

É importante ressaltar que além da importância dos imigrantes e seus descendentes no crescimento da economia brasileira, especialmente na área do comércio, houve uma significante história nas lideranças, na política e governos.

O que é preciso para solicitar cidadania libanesa?

Para o descendente de antepassado libanês um pedido de cidadania pode ser solicitado seguindo as regras atuais apresentadas:

  • Ser filho de libanês
  • Ser neto de libanês
  • Ser casada com homem libanês

A falta de registro para os filhos ou netos de um homem de origem libanesa pode ser recuperada através desse pedido de cidadania. Esse privilégio dá direito a viver no país do Líbano sem a necessidade de trâmite imigratório, com acesso ao estudo gratuito governamental (inclusive graduação), à saúde pública e também a participar de processos políticos.

Leia também: Como usar documentos históricos para fazer sua pesquisa de antepassados

Atualmente somente a linha paterna possibilita o direito de cidadania libanesa porém há discussões políticas para possibilitar também a de linhagem materna. 

A documentação necessária é básica e comprobatória e pode ser verificada diretamente nos sites dos consulados regionais. 

Para facilitar, o Consulado do Rio de Janeiro publicou uma lista de imigrantes mais antigos que conservaram sua cidadania e assim poderão transmitir os direitos a seus descendentes. Lembrando que caso a imigração seja mais recente e o avó tenha vindo diretamente do Líbano os direitos continuam apesar do sobrenome não constar da lista.

Documentos e registros de pesquisa ancestral

Para a pesquisa será necessário seguir a linha ancestral até chegar no imigrante. Isso representa coletar as informações dos documentos de nascimento dos pais, avós, bisavós passando pelo ancestral que deixou o país de origem e a partir de então buscar documentos no Oriente Médio..

O Arquivo Nacional e o Museu da Imigração contém listas dos navios e chegadas de imigrantes ao país. A possibilidade de alterações de grafia acontecia e é um ponto a ser bem observado ao escrever a história de hoje para o passado.

Leia também: Como pesquisar no site do Museu da Imigração do Estado de São Paulo

As igrejas e os registros familiares ajudarão a prosseguir quando a pesquisa de documentos passar para o Oriente Médio. Por muitos anos as igrejas foram o centro de toda a cultura e de suas vidas sociais e há muita coisa guardada e registrada que pode ser solicitada. Para que isso seja feito o descendente precisará saber com certeza a qual denominação seus ancestrais pertenciam e então entrar em contato com os responsáveis pelo tesouro histórico da família.

A viagem de descoberta trará histórias de coragem e determinação, dificuldades e muita superação. E dessa forma será fácil entender a cultura, tradição e força dos descendentes para com a vida.

Consultora de história da família, genealogista, pianista e principal responsável pelo blog do MyPast

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