Os diferentes tipos de documentos genealógicos: onde encontrá-los e o que cada um fornece

Já foi comentado em um artigo anterior a importância de sempre ter em mãos os registros para comprovar os dados da árvore familiar e dos antepassados. Uma pesquisa repleta de documentos e registros é a prova mais forte de que o trabalho foi bem feito e que os parentes ali listados realmente tiveram uma vida que deve ser lembrada pelos descendentes.

A busca por estes documentos pode ser demorada ou muito rápida e independe do desejo do pesquisador. Consultas online estão se tornando cada vez mais assertivas graças ao trabalho de muitas pessoas na digitalização e indexação de tais registros. A pesquisa física também se tornou algo mais corriqueiro nas entidades detentoras o que em muitos casos agilizou o encontro dos documentos.

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Para aqueles ancestrais que têm suas origens difíceis de serem encontradas por meio dos documentos, mesmo que não tenham a data de nascimento tão distante para que isso aconteça, deixar notas no perfil dizendo que muitos esforços foram utilizados para localizar os registros em vão, deixa claro aos outros descendentes que não foi uma busca rasa mas que as circunstâncias não permitiram que tais documentos fossem localizados. E fica também a esperança de um dia aparecer uma sugestão do registro buscado.

Registros comumente utilizados

A pesquisa ainda é centralizada nos principais eventos de vida dos ancestrais:

  • Nascimento
  • Casamento
  • Óbito

Muitos documentos são relevantes para preencher os dados destes eventos e ajudam a remontar a história do ancestral. Eles podem ser:

  • Documentos civis (em cartórios e arquivos)
  • Documentos religiosos (em paróquias, mitras, cúrias e mosteiros)
  • Documentos governamentais centrais (no Arquivo Nacional, Arquivo Militar, Arquivo Histórico do Exército, Ordens, Academias das Forças Armadas, Juntas do Comércio e outros)
  • Documentos da Santa Casa – médico hospitalar (em Arquivos das entidades)
  • Documentos particulares (no acervo pessoal, acervos de empresas particulares, Universidades entre outros)

A lista pode ser, tamanha a diversidade.

Para cada um dos eventos principais, ao menos um registro pode ser anexado confirmando as datas e os locais descritos no perfil do ancestral. O Registro Civil normalmente é o mais buscado porém nem sempre encontrado. Quanto mais a pesquisa avança no passado, menor a probabilidade de existirem os registros civis. A Igreja por muitos anos teve a responsabilidade de registrar os principais eventos ao registrar o compromisso religioso. Por isso muitas vezes uma certidão de nascimento não encontrada é substituída pelo registro de batizado que contém a data de nascimento.

Dica do MyPast: muitas vezes uma certidão de nascimento não encontrada é substituída pelo registro de batizado que contém a data de nascimento.

Outras circunstâncias não tão comuns incluem divergência nas datas de nascimento por muitas razões como a impossibilidade de registrar a criança logo após o nascimento devido à distância ou custos, a não obrigatoriedade de declarar e fazer o registro e as necessidades familiares no trabalho em primeiro lugar, adoções sem as devidas vias jurídicas entre outras. Ao saber das diferenças, o pesquisador deve deixar uma anotação explicando a data correta que discorda da escrita no registro para que outros descendentes e pesquisadores compreendam a situação.

A tendência para a maioria dos pesquisadores é iniciar pela busca do registro de nascimento. Muitas vezes ter uma visão mais ampla mostrará que encontrar o óbito em primeiro lugar será mais fácil por ser um documento emitido mais próximo da atualidade e que conterá importantes informações que ajudarão na busca dos outros documentos como o nome dos pais, o local de nascimento deles, a idade e o nome do cônjuge.

Para ter muitas informações é bom lembrar que ao pedir uma cópia documental no cartório ela deverá ser de inteiro teor para que outros dados além dos padronizados constem na cópia e sejam revelados, ajudando assim a prosseguir com a pesquisa.

Para aqueles que buscam o registro em imagens digitalizadas e disponibilizadas na web, entender a letra e o registro pode representar um desafio. A capacidade de compreender pode contar com a ajuda de pessoas com mais experiência e com pesquisas que ajudem a decifrar. Com a vivência e algum tempo de leitura em registros antigos o próprio pesquisador se torna uma referência para ajudar a outros menos experientes.

Leia também: As melhores dicas para ler e entender a grafia de registros antigos

Um outro desafio pode ser ter acesso aos outros tipos de registros, que não são tão comuns na pesquisa e demandam uma busca mais centrada e pontual. Encontrar os sites para a pesquisa virtual pode depender de muitas horas de busca na web e o comparecimento pessoal ao local pode acarretar espera e muitos retornos devido a horários e regras das entidades. A insistência faz parte da rotina do pesquisador e não deve ser deixada de lado quando o interesse de encontrar tais documentos é grande.

Usando a internet para encontrar documentos genealógicos

Encontrar os registros e suas imagens na web nem sempre foi uma facilidade. Mesmo com a pesquisa feita de casa, muitos desafios podem ser encontrados mesmo por pesquisadores experientes na área da informática.

As modalidades de busca são variadas e a mais desejada é a busca em registros indexados, ou seja, que podem ser localizados a partir de um nome apenas. Mesmo parecendo simples e certeira é bom lembrar que erros podem ter sido cometidos e a pesquisa pode dar trabalho ainda que facilitada pelos índices digitais. Essas dicas podem ajudar, porém o melhor mesmo é ter a mente sempre aberta para possíveis diferenças e diversidade na hora de fazer a busca:

  • Pesquisar por nome utilizando várias tentativas como omitir os sobrenomes ou os nomes do meio
  • Fazer a busca por apelidos que a pessoa teve em vida
  • Pesquisar pelo nome no idioma de origem de seus pais ou avós ou com a grafia usada no país para onde ele imigrou (Michael, Michele, Miguel; Johann, Giovanni, João; Joseph, Giuseppe, José)
  • Deixar apenas o primeiro nome e acrescentar outros filtros como o nome dos pais
  • Usar outras ortografias do nome para a pesquisa, especialmente as antigas (Cristiano, Cristian, Christiano, Christian, Cristhian, Khristian)
  • Buscar com as primeiras letras e um sinal de ? na parte que possivelmente tem alterações ou simplesmente deixar em branco essa parte

Esse tipo de pesquisa facilitada normalmente tem muitos campos que podem ser preenchidos para a busca mas nem sempre todos eles ajudam a encontrar o documento. Isso acontece porque a Inteligência Artificial é matemática e busca por caracteres, então muitas vezes a frase “menos é mais” funciona muito bem.

Acrescentar outros dados para a pesquisa reduz a quantidade de itens pesquisados mas pode trazer um resultado igual a zero, o que não significa que o documento não exista ou não será encontrado. As tentativas podem ser numerosas porém necessárias para encontrar o que se busca. Em contrapartida o equilíbrio descoberto para agilizar as informações no filtro para um antepassado não significa que será útil para ser usado em todas as circunstâncias.

Itens importantes seriam o local do evento buscado ainda que aproximado bem como o ano do evento, que ajuda mais a busca realizada com um período abrangente (10 anos é amplamente utilizado). Nem sempre o local do evento é o local do registro e essa informação pode ser suprimida caso não obtenha resultados na busca.

Outro item que ajuda na pesquisa são os nomes de parentes diretos como dos pais ou cônjuge. Quando acrescentados à pesquisa com apenas o primeiro nome do antepassado procurado, as chances de acerto podem aumentar.

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Como comprovar a data de nascimento de um antepassado

Quando falamos em nascimento o primeiro documento que vem à mente é a certidão de nascimento civil. Nela geralmente são encontrados o nome do nascido, data e horário de nascimento, local, nomes dos pais e dos avós paternos e maternos. Em uma versão completa, ou de inteiro teor, aquele que os pesquisadores acessam nos livros de registros disponibilizados online, também pode ser encontrado local de nascimento dos pais e dos avós e idade dos pais. Esses dados não são uma regra e dependendo da época em que o registro foi feito nem o nome dos avós é declarado.

Uma outra fonte excelente para nascimentos especialmente anteriores à época da república são os registros paroquiais de batizados. Nele a data de nascimento é registrada bem como a data do batismo e o nome dos pais. Alguns dados a mais podem ser encontrados dependendo da paróquia.

Nem sempre é possível encontrar o nascimento do ancestral e isso não deve servir de desânimo pois documentos dos outros eventos serão encontrados e ali haverá informações seguras sobre o nascimento. Um exemplo muito comum é localizar o processo da habilitação de casamento, pois os nubentes precisaram apresentar um documento de nascimento para elaborar o processo do matrimônio o que inclui a certidão civil ou mesmo a certidão de batismo.

Quando não houver o casamento civil e nenhum comprovante de nascimento for encontrado, o registro de óbito trará informações em seu texto “faleceu aos XX anos de idade” e então o cálculo pode ser realizado e o ano do nascimento do ancestral estimado. Informações passadas pelos familiares também podem ajudar na elaboração da data do nascimento, alguém pode se lembrar que o vô comemorava aniversário no dia XX do mês tal. Mesmo que não comprovados estes dados devem ser incluídos na árvore. Isso facilitará para outros recursos para o encontro dos outros documentos.

Muitos sites de genealogia possuem recursos de sugestões de registros e o ano ali estimado por um documento é exatamente o que a Inteligência Artificial precisa para coroar o antepassado com uma sugestão de registro.

Confirmando a data e local de casamento de um antepassado

Para muitos esse evento não é fundamental porém ele continua sendo solicitado em muitos locais como para adquirir uma segunda cidadania por exemplo. O evento normalmente altera o nome da noiva, algumas vezes trocando completamente todo o sobrenome. Como um evento importante da vida pessoal, ele não pode faltar no perfil do antepassado.

Novamente o primeiro pensamento vai para o civil, o que nem sempre é encontrado facilmente. A cultura do registro civil para casamentos ainda não é bem aceita nos dias de hoje devido seus altos custos e não era diferente no passado. Portanto, depois de buscar o casamento civil e não encontrar, o melhor é ir atrás do religioso. Alguns desafios podem aparecer para encontrar registros religiosos pois apesar do antepassado ter sido de uma mesma religião por toda a sua vida ele pode ter se casado em uma igreja de uma outra denominação para agradar a noiva ou os parentes dela. O mesmo acontecia no inverso quando era esperado que a mulher passasse para a religião da família do marido ao se casar. Detalhes desta busca são muito individuais e os pesquisadores podem ter muitas histórias de idas e vindas em busca do documento a contar para a posteridade.

Leia também: A importância dos casamentos na pesquisa genealógica

Ainda há situações em que o registro civil foi realizado porém bem depois do casamento religioso e depois de muitos filhos. Isso era feito para legitimar os filhos e a união do casal perante a lei. Este registro de matrimônio vai conter, além das informações dos nubentes e seus pais, o nome dos filhos nascidos frutos da união do casal. E no registro de nascimento dos filhos uma anotação será inserida confirmando que a partir de tal data o filho ou filha passaram a ser filhos legítimos devido ao casamento civil de seus pais. Encontrar esse registro pode ser um grande desafio pois não há como estimar a data dele. Porém ao encontrar o registro de nascimento de um dos filhos a anotação vai ajudar com a data do casamento dos pais e o cartório de registro. Assim, cada registro encontrado realmente se mostra uma pista para o próximo.

Como falado anteriormente, um outro processo muito proveitoso para encontrar é a Habilitação do Matrimônio. Ali várias páginas contarão muito da história do casal e ajudarão a encontrar outras informações preciosas. Eles ficam normalmente no cartório de origem, ou se já se passou muito tempo, em arquivos estaduais ou municipais. Muitos deles estão disponibilizados online e não possuem a ordenação para pesquisa pode ser variada, sendo em muitos arquivos catalogadas pela letra inicial do sobrenome do noivo.

No final da existência

O próximo evento é o óbito e ele muito provavelmente será encontrado no civil pois muita coisa depende deste documento. Os filhos declaram o óbito de seus pais para poderem resolver a parte da herança. Além disso é mais fácil saber a cidade onde o antepassado mais antigo está enterrado pois os parentes mais idosos iam frequentemente ao cemitério.

Leia também: Como pesquisar seus antepassados em cemitérios

As possibilidades de informações para este evento são muito variadas dependendo da pessoa. Além do registro de óbito existe um registro de sepultamento. Às vezes é mais fácil encontrar o segundo que o primeiro pois muitos cemitérios têm seus registros indexados e fáceis de procurar a partir do programa usado em seus computadores e ainda disponibilizam online. Também existe um cadastro de falecidos online onde qualquer pessoa pode buscar uma quantidade máxima de nomes de falecidos por dia e assim saber a cidade a qual deve solicitar a segunda via do registro de óbito civil.

Um outro local excelente para muitas informações importantes sobre a vida do antepassado é nos processos de inventário, muitas vezes armazenados nos arquivos municipais e estaduais. Os mais recentes permanecem nos cartórios. Ali as informações de terras, bens e partilhas pode fornecer muitas informações importantes ou mesmo pistas para as próximas pesquisas. Para quem tem ascendência de origem africana os inventários podem ser uma importante fonte de resgate às origens.

Confira esse Artigo Especial: Como pesquisar seus antepassados de origem africana

Conteúdo Exclusivo MyPast

Um registro, que muitas vezes não é considerado como tal, é a imagem da sepultura em cemitérios. Há muita colaboração online e as imagens se tornam preciosas por conter informações de nascimento e óbito e nomes de outros parentes junto a ela. Além dos dados a imagem remete a um contato visual e anexar à história do antepassado é algo importante. Entre as sugestões de registros, fotos de lápides ocorrem com frequência e graças a esse trabalho silencioso e compartilhado, pistas importantes podem ser adquiridas como o local do óbito, que vai desvendar o restante da história que esteve em estado de espera por falta de informações para sua continuidade.

Outros tipos de documentos genealógicos

A busca secundária para os outros documentos enriquecem a pesquisa e podem trazer informações preciosas para o ancestral e outros parentes. Ela pode ser mais trabalhosa mas não menos importante. Uma consulta online é sempre bem vinda pois agrega as informações necessárias para prosseguir e economiza no tempo. Horários e dias de atendimento são essenciais para organizar as visitas e antes de comparecer pessoalmente, levar um guia próprio com as anotações do que é necessário buscar otimiza a pesquisa. Ao se deparar com acervos diferentes e grandiosos é comum o pesquisador se perder diante de tanta informação.

Para a construção deste guia, saber o que o arquivo ou entidade possui é fundamental, pois assim a programação fica mais assertiva. Com um propósito em mente é mais difícil se perder na hora de pedir os documentos que a análise é necessária.

O mesmo método pode ser usado nas pesquisas virtuais, a oferta de tipos de documentos pode ser muito grande e um objetivo traçado reduz o tempo perdido em visitas desnecessárias. Uma estrutura criteriosa deixa em vantagem o pesquisador, especialmente aquele que tem tempo restrito para seu trabalho.

Dedicação é o segredo do sucesso na pesquisa genealógica

A facilidade da tecnologia aliada ao empenho do pesquisador contribuirão para que a árvore tenha os valores necessários e as informações corretas de acordo com os registros encontrados e anexados. O trabalho e dedicação pessoal contribuirão para uma árvore informativa de qualidade.

Consultora de história da família, genealogista, pianista e principal responsável pelo blog do MyPast

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