Como divórcios, novos casamentos, união estável e adoções afetam a sua árvore genealógica

clipes de papel nas cores azul e rosa presos um no outro. um dos clipes está quebrado e rompe o elo.

No mundo da genealogia nem tudo é da maneira tradicional. Muitos pesquisadores criam uma enorme interrogação em cima de suas cabeças quando descobrem situações não tão comuns, apesar de elas serem frequentes em todas as árvores. A resposta à essa questão é muito simples: tudo o que aconteceu é história e deve ser preservado para conhecimento e lembrança dos descendentes.

Mesmo que a história chegue distorcida e modificada, porque, de repente para os mais mais velhos representava vergonha, ela prevalece como verdade absoluta e deve ser registrada. Se caso parentes vivos discordem, isso deve ser debatido para que seja encontrado um denominador comum, uma maneira de contar a história sem ofender ninguém, afinal, muito provavelmente, esse passado está mais perto deles.

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As situações diferentes do comum podem ser descobertas por meio dos documentos. Por isso tão importante é a busca de comprovações documentadas para cada relacionamento. Essa comprovação também pode existir para profissões, imigração e outras situações e eventos marcantes na vida do ancestral.

Leia também: Os diferentes tipos de documentos genealógicos – onde encontrá-los e o que cada um fornece

Como divórcios afetam sua árvore genealógica

Eles foram dificultados por muitos anos pelas igrejas, rejeitado pelos parentes próximos como os pais e os filhos, e até hoje causam desconforto para muitas pessoas que têm esse evento em sua história ou que descobriu de um antepassado. Para muitos é uma quebra da união perfeita da família. Sem discutir o motivo, pois cada indivíduo sabe os seus, um registro desse evento é necessário para que a árvore fique completa e real, especialmente quando outra família é gerada.

Os recursos que os sites oferecem na árvore incluem inserir o evento do divórcio e criar outros relacionamentos conjugais para uma mesma pessoa. Quando se trata de antepassado mais antigo, especialmente anteriores a quatro gerações, pode haver uma demora real no conhecimento do divórcio ou de outras famílias registradas, pois muita informação era ocultada no transcorrer das gerações e apenas uma busca detalhada vai revelar o fato. Não é incomum pesquisadores descobrirem situações de outros casamentos por acaso enquanto buscam outros registros de pessoas correlatas, pois ao folhear um livro físico ou virtual em busca das informações de um irmão ou primo, acaba descobrindo um outro casamento de seu ancestral direto. E ali encontra descrito bem claro que o nubente é divorciado de seu antigo cônjuge ou viúvo. Pelo nome do cônjuge anterior e pelo nome dos pais o pesquisador tem a certeza de que se trata de segundas núpcias.

Da mesma forma que um casamento tem sua grande importância na árvore, o divórcio merece ter a data e local registrados. A história do ancestral reconstruída, além dos acontecimentos, traz entendimento e sabedoria para o descendente que se interessar em conhecer.

Leia também: A importância dos casamentos na pesquisa genealógica

Segundos (ou terceiros) casamentos

Seja por viuvez, divórcio ou mesmo uma união plural (mais de um relacionamento conjugal ao mesmo tempo), o registro na árvore é muito importante, pois além de se tratar da história do ancestral os filhos precisam estar unidos a seus verdadeiros pais. Relatos de pesquisadores incluem confusões na hora de ligar os filhos na árvore justamente por desconhecerem o outro casamento ou por um dos filhos ter sido fora da união matrimonial. Uma busca minuciosa precisa ser feita para que a realidade seja igual ao que realmente existiu.

noivo e noiva juntos andando em um bosque cheio de árvores

Ao se deparar com um documento de um segundo casamento é importante verificar os dados do nubente como os pais e o casamento anterior. Infelizmente, nem sempre é registrado o nome do cônjuge falecido ou divorciado e isso pode prejudicar a busca. Para isso opções alternativas de documentos devem ser procuradas para fins de confirmação, como o registro de filhos frutos desse outro relacionamento.

Algumas uniões ilegais também podem surgir durante a pesquisa. Elas são, em sua maioria, muito difíceis de serem comprovadas legalmente pela inexistência de registros. Alguns pais fizeram questão de registrar seu filho fora do casamento legal com seu nome mas a maioria não o fez para evitar vergonha e preconceito na família. Cabe ao pesquisador deixar as anotações de sua pesquisa de forma detalhada como observações para que outros parentes entendam as ligações e não excluam da árvore por falta de informação.

E como fica a união estável nessa história?

A lei no Brasil é de 1996 porém a prática de construção de famílias sem o casamento civil nem religioso é muito anterior a essa data. Como termo legal deve ser usado apenas depois da promulgação da lei porém na história do ancestral o(a) parceiro(a) deve ser incluído e uma nota deixada para outros descendentes para melhor entendimento. Isso também evita a pesquisa de um documento que inexiste. Sem dúvidas os filhos desse relacionamento devem estar devidamente listados logo abaixo da união do casal.

Casais homoafetivos entram na árvore, especialmente os que adotaram filhos e constituíram família, para que não haja quebra na ascendência individual. Isso faz parte da história e vai garantir a informação correta àqueles que acessam a árvore.

Como lidar com as adoções na construção da sua árvore familiar

Quando registradas legalmente são fáceis de encontrar e adicionar na árvore. Filhos adotivos têm direitos iguais aos legítimos, genealogicamente falando, e ficam lado a lado listados no mesmo relacionamento familiar.

Adoções mais antigas podem não ser documentadas e causar problemas na hora da pesquisa. Sabe-se que fulano foi criado junto com a família porém o registro de nascimento dele conta outra história. O cuidado de pesquisar em outros documentos para se ter certeza dos pais ou apenas da mãe legítima ajuda a não fazer confusões na árvore. Neste caso o filho pode ter registrado suas duas famílias, a que ele nasceu e a que o criou. Os sites de genealogia têm esse recurso e espaço para declarar a situação filial, como adotivo ou legítimo. Para o pesquisador isso pode representar mais um desafio e muitos aceitam e são gratos por terem mais um ramo a pesquisar. A linha direta escolhida fica a critério do pesquisador, que pode optar como principal a adotiva ou a outra.

Avançando um pouco mais na história é comum encontrar registros de nascimento incompletos, sem os nomes dos pais. São crianças deixadas na roda de expostos ou deixadas de outra maneira para que outras pessoas a criassem. Isso vai prejudicar o conhecimento da ascendência. Casos assim são difíceis de prosseguir, porém há pessoas que conseguem informações sobre os ancestrais da criança deixada para ser criada por desconhecidos, as quais podem ser devidamente anotadas nas observações e ajudarão na compreensão da história em geral.

Não há espaço para preconceito

Não existe espaço para essa palavra na história familiar e na genealogia. Fatos e momentos, quando registrados corretamente, trarão a informação e conhecimento para todos os que acessarem o trabalho da pesquisa.

Consultora de história da família, genealogista, pianista e principal responsável pelo blog do MyPast

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