Como driblar os erros nos registros e informações na pesquisa genealógica

Pesquisar sobre os ancestrais é uma tarefa exigente onde uma grande parcela de interpretações se faz necessária. A emoção é super garantida assim como os erros encontrados por todos os lados.

Para buscar as origens é sempre importante ter o entendimento de que muito do que será encontrado pode não ser exatamente do jeito que aparenta, afinal a história já passou e o que restou foram fragmentos que podem ter sido distorcidos propositadamente ou sem a mínima intenção de prejudicar alguém no futuro.

Os erros fazem parte da humanidade e por serem inevitáveis, saber lidar bem com eles ajuda a evitar o retrabalho. Estar preparado e conhecer alguns dos principais erros comuns que surgem para genealogistas ajuda a manter a tarefa em dia sem atrasos significativos.

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Lidando com histórias “mal contadas”

As interpretações de ações do passado variam muito por quem conta. Alguém que busca informações sobre um bisavó pode arrematar histórias bem diferentes entre seu avô ou avó e seus tios avós. O que não deve ser considerado equívoco pois cada pessoa tem sua visão dos acontecimentos e compreende a seu modo.

Na prática, o descendente ouve todas as versões e toma nota do que é comum nas diversas versões. Quando possível busca documentação comprovativa para só então ter certeza das informações.

Reescrever a história dos antepassados é com certeza um trabalho de pesquisa e exige bom julgamento. E mesmo depois de reconstruída e publicada, a história ainda poderá ter arestas a serem acertadas, detalhes que podem mudar um contexto inteiro. Por isso a comprovação documental é tão importante quando o desejo é de encontrar o histórico dos ancestrais.

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Por outro lado as histórias muitas vezes absurdas contém fundos de realidade e não devem ter a atenção desmerecida. Elas foram passadas para muitos ouvidos e podem ter sido alteradas em algum ponto, ou mais de um, o que é comum para a humanidade. O mais interessante é que elas sempre trazem pistas para o investigador histórico da família e ajudam na reconstrução histórica.

Erros e incoerências nos registros pesquisados

Especialmente falando da transcrição e indexação de registros, trabalho voluntário em sua maioria, que visa auxiliar na busca tornando muito mais fácil encontrar um documento, os erros são muitos e podem deixar o pesquisador furioso ou perdido. Esses erros acontecem por vários motivos sendo que o principal é a dificuldade de leitura do voluntário que acaba interpretando erroneamente nomes e datas, mas que na maioria das vezes não prejudica na hora da pesquisa. Como é uma ferramenta de busca excelente os erros ali não são prejudiciais pois a árvore que o descendente constrói poderá abrigar os dados corretos servindo o documento para corroborar sua pesquisa apesar da transcrição deficiente.

Erros bastante comuns também e que podem atrapalhar nas pistas e mapeamento são os efetuados pelos próprios cartórios e outras entidades. Escrever um nome ou sobrenome estrangeiro representava um desafio para muitos escreventes e por isso hoje existem tantas grafias e diferenças para cada nome ou sobrenome. Com base nesse conhecimento o pesquisador permanece imunizado e prevê essas alterações e erros gráficos, então em suas pesquisas ele já busca as muitas grafias ou mantém a função aberta de busca, sem ser “exatamente pelo solicitado” mas permitindo que a inteligência artificial auxilie nas possíveis variações. Gerações podem ser encontradas através de uma pesquisa aberta e ciente dos possíveis erros.

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Um outro local de pesquisa que costuma apresentar muitos erros em datas e nomes são os cemitérios. As lápides nem sempre contém as informações mais corretas e perduram intactas ao longo de muitos anos. Normalmente os descendentes conhecem os erros e mantém as informações corretas em sua pesquisa.

Erros em árvores genealógicas compartilhadas

Encontrar uma árvore com os próprios antepassados é excelente e traz muito progresso ao trabalho do pesquisador. No entanto erros podem ter sido cometidos em uma ou outra ligação de parentesco e por vezes esse erro é repetido em várias árvores de outros correlatos com um mesmo antepassado em comum. Mesmo em livros de genealogia publicados existem muitos erros que só serão corrigidos uma ou mais gerações à frente, afinal as facilidades tecnológicas ajudam muito a desvendar nomes repetidos, ainda que com nascimentos em datas e locais muito próximos. Analisar as fontes, buscar outras e corrigir abertamente deixando a explicação da correção para os próximos leitores da árvore, ajuda a toda essa grande família engajada na busca dos mesmos ancestrais.

A melhor opção para todos os erros acima e muitos outros encontrados ao longo da pesquisa é analisar, interpretar e decidir o que manter na própria árvore. Estar ciente e tranquilizado de que os erros existem e aparecem o tempo todo neste trabalho ajuda a manter o foco e a não afligir a alma em momento algum. Lidar bem com esses erros faz parte das boas práticas para o pesquisador.

Consultora de história da família, genealogista, pianista e principal responsável pelo blog do MyPast

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