
Os parentes vivos com mais idade são uma das melhores fontes de conhecimento sobre suas origens próximas. Suas histórias repletas de lembranças contêm informações preciosas que podem servir de pista para a descoberta de documentos. Conforme já abordamos anteriormente, conversar com eles é fundamental para o sucesso na pesquisa, e com as festas de fim de ano se aproximando, eis a oportunidade perfeita.
Dialogar com pessoas idosas e ouvir suas histórias pode ser muito fácil quando existe um relacionamento de confiança. A maneira de fazer as perguntas altera a possibilidade de receber as respostas. Demonstrar atenção, interesse genuíno, simpatia, segurança e principalmente saber quais perguntas usar são partes importantes para alcançar os objetivos.
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A estratégia
Os questionamentos devem parecer os mais naturais possíveis. Ter em mente o que se deseja ajuda a chegar na resposta sempre com muita calma e paciência. Perguntar imediatamente se ele sabe se o avô dele tinha terras na Europa assusta até o mais inocente familiar. Perguntas pessoais que levam a outras mais específicas são a melhor maneira de iniciar o debate.
A entonação na voz deve expressar interesse e respeito, nunca vergonha ou medo da rejeição. A alegria em conhecer as histórias, por mais demorada que sejam, deve ser evidente e claramente percebida. Evitar erros é fundamental e por isso um planejamento e preparação adequados são muito necessários.
As perguntas abaixo são apenas ideias que podem ser melhor desenvolvidas e adequadas para cada situação. Normalmente um assunto preparará para o outro que virá naturalmente e as perguntas muitas vezes nem precisam ser feitas como estão escritas. Confiram abaixo algumas perguntas sugeridas:
As perguntas
- O seu nome completo é _______ ou é diferente? Sempre foi esse nome ou mudou em alguma época da vida? Seus pais falaram porque esse nome foi escolhido? Tinha apelido quando criança ou mesmo na vida adulta?
- Como era o local onde você nasceu? Tem o mesmo nome de hoje? Era cidade, distrito, vila? Ficava perto de qual cidade mais conhecida? Qual a data do nascimento?
- Se lembra dos aniversários de seus irmãos, pais e outros parentes? Quantos anos eram mais novos ou mais velhos que você (caso não se lembre do ano)? Eles nasceram no mesmo local? Houveram mudanças de moradia da família?
- Como era a vida na sua infância? O que vocês faziam? No que seus pais trabalhavam? Como eram as festividades de final de ano? E os aniversários? A família fazia coisas juntos? O que vocês mais gostavam de fazer no tempo livre?
- Como foram seus estudos? Quais escolas frequentou? E seus irmãos e outros parentes, como foi o estudo deles? Como eram os amigos na escola? Vocês tinham tempo para se reunir e brincar/sair/se divertir? O que faziam?
- Como foi seu tempo de namoro, noivado e casamento? Como conheceu seu cônjuge? Como era a família dele(a)? Quais eram seus planos e como conseguiram realizá-los? Quantos filhos tiveram? Quais os nomes deles? Lembra das datas de aniversário e ano de nascimento? Poderia falar um pouco sobre seus filhos? Contar algumas histórias marcantes?
- Vocês frequentavam a igreja? Qual igreja e onde era? Como eram as festividades religiosas ou outras tradicionais? Como viviam a religião em sua casa? Seus pais e avós viviam dessa forma também?
- Que conselhos daria para os novos membros da família? O que a vida lhe ensinou? Quais experiências foram mais marcantes? O que procurou ensinar a seus filhos e netos? O que seus pais e avós lhe ensinaram para a vida? Como gosta de usar seu tempo agora?
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Essas sugestões podem e devem sofrer alterações e adaptações, afinal as pessoas são diferentes, as origens e famílias também. E em momento algum devem ser lidas, decoradas ou feitas em sequência rápida como se fosse uma entrevista. A experiência mostra que uma conversa informal e descontraída rende muito mais informações que algo forçado e sem sentimentos.
Conforme a conversa vai se estabelecendo, outras perguntas podem surgir e um aprofundamento em outro assunto mais personalizado pode ser de grande interesse para a história da família.
A recomendação maior é reservar muito tempo para isso e realizar o diálogo sem pressa. Os pesquisadores que agem dessa forma são os que mais obtém sucesso nos assuntos desejados.