Pesquisa genealógica: passado, presente e futuro. O que vem por aí?

quadro brando escrito Passado, Presente, Futuro

Os pesquisadores de hoje muitas vezes não imaginam como era a busca e pesquisa de tempos atrás. Muitos consideram extremamente difícil conseguir informações e dados na rede de internet e fisicamente nos locais de acesso a acervos. A história mostra que há alguns anos tudo era muito mais difícil que hoje. A expectativa de mais e melhores recursos para um breve futuro indica que será cada vez mais fácil encontrar os antepassados e as suas histórias.

Como as pessoas pesquisavam antes da internet?

Muitos recursos utilizados antigamente são executados nos dias de hoje. A grande diferença é que só haviam estes recursos. Por isso os pesquisadores mais antigos ficam tão felizes com as novidades e facilidades dos dias atuais.

A pesquisa era basicamente elaborada por informações que parentes vivos podiam transmitir. Um verdadeiro trabalho de investigação! Perguntas bem elaboradas contribuem para esse tipo de pesquisa, e a disponibilidade em querer auxiliar nem sempre é algo facilmente encontrado entre os familiares vivos.

Além das dificuldades de relacionamento e confiança por parte dos mais antigos que conhecem e guardam a história familiar, o deslocamento é algo que precisa de planejamento e envolve custos.

Pesquisadores anteriores à era da internet sabem muito bem o que é preciso para conseguirem avançar em sua busca quando a proposta é entrevistar parentes vivos:

  • Uma avaliação do que já se tem é importante para saber o que perguntar
  • Buscar conhecer o parente vivo antes ajuda a desenvolver um relacionamento de confiança e amizade que reverte para simpatia e segurança na hora de obter as respostas
  • Elaborar e fazer as perguntas certas
  • Ter uma maneira de anotar, gravar, ou uma excelente memória para não perder nenhum detalhe
  • Planejamento para viagens e deslocamentos, avaliando tempo e recursos para não correr o risco de deixar algo para trás

Ao planejar a viagem até o familiar vivo que detém tais conhecimentos fundamentais para o progresso da pesquisa, outras tarefas faziam parte da maneira de pesquisar no passado.

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Uma delas é visitar os cemitérios, paróquias e cartórios a fim de ampliar a pesquisa e confirmar através de documentos toda a história que acompanha os relatos dos antigos. Ali muita coisa pode ser adquirida desde lápides com informações vitais a documentos e registros dos principais eventos. Algumas paróquias incluem nos registros particularidades da pessoa registrada como profissão, participação na comunidade e na religião ou benfeitorias realizadas. São verdadeiros achados que hoje as pessoas desconhecem ou não conseguem encontrar porque pesquisam de maneira diferente.

Leia também: Guia prático de como pesquisar antepassados em cemitérios

A imersão na localidade do ancestral era quase que obrigatória nos tempos anteriores ao atual. Trabalhoso e muitas vezes dispendioso porém repleto de sucesso para a pesquisa até hoje. Recordações preciosas como fotos, documentos, objetos e outras relíquias normalmente são entregues ao pesquisador que se torna o guardião da história familiar.

Ao retornar do passeio genealógico o trabalho era muito grande! Especialmente em tempos anteriores ao computador. Cadernos, folhas e outros recursos pouco práticos foram amplamente utilizados.

Alguns impressos com 4 gerações eram comumente usados e as folhas interligadas entre si. Muitas vezes ficavam agrupadas em pastas imensas e era possível verificar a ascendência virando-se as páginas. O entendimento da sequência às vezes era prejudicado pois as folhas se misturavam e dependendo da quantidade de gerações não tinha como lembrar se eram da linha paterna ou materna durante a visualização.

Livros foram construídos manualmente e na sequência alguns deles foram impressos e compartilhados com dezenas de descendentes. Muitos deles são encontrados ainda hoje em livrarias e sebos.

Essa era a melhor maneira disponível para o compartilhamento das informações minuciosas adquiridas pelos pesquisadores de outrora. Seu legado é reverenciado até hoje sendo que muitos destes livros são utilizados como fonte segura de pesquisa atual.

O tempo para montar a história de um antepassado ou de uma geração era muito maior especialmente quando o pesquisador tinha outras tarefas primordiais. A aposentadoria pessoal sempre foi algo muito desejado para que o tempo e a disponibilidade fossem maiores e a pesquisa pudesse ser em tempo integral.

Uma ajuda imensa neste trabalho eram os registros microfilmados. Esse recurso permitia ao pesquisador encontrar informações dos ancestrais sem sair de sua casa. Porém para isso ele precisava de uma máquina leitora de microfilmes, o que não era muito comum e de valor altíssimo.

A pesquisa nesses microfilmes era muito lenta pois o pesquisador tinha que muitas vezes ler o rolo inteiro para encontrar um registro. E era muito comum não encontrar nenhum ao finalizar o filme. Conforme a pesquisa avançava era também necessário muitas vezes retornar ao mesmo microfilme onde foram perdidas horas de pesquisa para encontrar o registro do cônjuge de alguém pois na primeira busca não havia o conhecimento desta pessoa. Uma prática comum era extrair todos os registros para que servissem de pesquisa posterior. Isso era armazenado em cadernos e escrito manualmente. Os recursos para a leitura eram extremamente limitados e dependendo das circunstâncias a leitura era quase impossível.

Leia também: Como conciliar a pesquisa genealógica com sua rotina

Com a chegada do computador pessoal, surgiram outras facilidades e o trabalho se tornou mais rápido. Programas com árvores foram reproduzidos a partir da ideia dos quadros de linhagem de papel e a visualização das gerações em ambos os lados se tornou mais fácil. O papel não foi inteiramente substituído porque muitos pesquisadores tinham medo de perder os dados pois não confiavam na máquina. E de fato muita coisa foi perdida por falhas mecânicas no armazenamento e inovação tecnológica.

Uma outra forma que também ajudava e tornava mais fácil a pesquisa eram fotos retiradas de registros em entidades por um pesquisador, inseridas em disquetes, CDs, pendrive e mais tarde compartilhadas na nuvem. As visitas pessoais foram ficando cada vez mais escassas substituídas por outras formas de pesquisa a partir do local do descendente, evitando a necessidade de deslocamento.

Os programas de construção de árvores genealógicas para computador foram sendo aperfeiçoados e facilitam a armazenagem e organização da árvore e outras informações. Outros recursos foram surgindo e auxiliando mais ainda.

Como é a pesquisa genealógica atualmente?

A internet trouxe para os pesquisadores possibilidades ainda maiores de localizar dados e informações sobre os antepassados. Isso pode ser visto em:

  • Localização de registros apenas com o nome do antepassado
  • Disponibilidade de registros online com recursos de melhora de imagem, amplificação, anexar como fonte ao perfil do antepassado e encontro rápido através das indexações de outros pesquisadores
  • Facilidade na troca de informações e de árvores completas disponíveis a um clique na web
  • Árvores compartilhadas onde vários pesquisadores inserem suas pesquisas e informações e recebem a ajuda de outros pesquisadores descendentes de um ancestral em comum
  • Buscas diretamente em sites de pesquisas que podem trazer histórias e outras informações além dos eventos principais
  • Exames de DNA

Junto com esse pacote de facilidades é possível verificar cada vez mais sites e plataformas para pesquisadores com recursos simples e repletos de informações que advém de outras pesquisas compartilhadas sem precisar buscar de outras formas mais específicas, ou seja, a Inteligência Artificial ajuda localizando possíveis correspondências e registros para o pesquisador.

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O maior trabalho de hoje para alguém que inicia agora é inserir suas 4 primeiras gerações em uma plataforma escolhida na web. Algo que pode ser conseguido apenas com 3 certidões de nascimento, a própria e a dos pais. Normalmente estes dados já contribuem para que a máquina faça o restante, indicando as próximas gerações e os documentos comprobatórios.

Os recursos para incluir fotos, imagens de documentos, histórias, áudios, exames de DNA também são diversos e favoráveis ao enriquecimento da pesquisa. O que era feito antigamente nos livros hoje fica tudo disponível online. Facilidade para os descendentes e demais pesquisadores e para aqueles que hoje não se interessam mas que podem vir a se interessar um dia. O armazenamento das informações na nuvem é ótimo e o pesquisador ainda pode ter muitas formas de guardar uma cópia de sua pesquisa como segurança maior.

Instruções e dicas são encontradas em buscas simples na web. Compartilhamentos de material, experiência além de perguntas que são rapidamente resolvidas por algum colega de plantão lotam as redes sociais e fóruns. O trabalho de pesquisa antes individual e rejeitado pela maioria dos familiares hoje é compartilhado e sujeito ao conhecimento de relativos familiares distantes e desconhecidos permitindo trabalharem juntos para desvendar o passado.

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Para quem tem dificuldades em localizar os registros dos ancestrais e pressa em saber de que povo descende os testes de DNA são indicados. Eles inclusive auxiliam na busca pois fica mais fácil saber por onde a pesquisa deve ser centralizada geograficamente. Nada vem pronto depois de um teste, pois ele é amplo e o genoma pessoal carrega informações de todos os povos desde o início. A pesquisa e o teste de DNA devem andar sempre juntos.

O trabalho voluntário de milhares de pessoas amantes da pesquisa e ávidas por dividir as informações disponíveis beneficiam os pesquisadores de muitas maneiras. Registros transcritos voluntariamente e que podem ser localizados apenas buscando pelo nome do antepassado, fotos e informações de lápides dos cemitérios do mundo todo além das árvores disponibilizadas são excelente fonte de pesquisa. Muitos livros de genealogia preciosos escritos no passado também foram digitalizados e encontram-se disponíveis para a pesquisa gratuitamente.

Sem dúvida alguma, fazer a pesquisa hoje é muito mais fácil e atrativa que nos tempos anteriores à internet. Os recursos são cada vez mais interessantes e ajudam a qualquer pessoa que deseja buscar sua ancestralidade independente de ter ou não informações detalhadas de como fazer tudo.

Como será a pesquisa genealógica no futuro?

copas e troncos de árvore vistos de baixo para cima

Prever não é muito fácil mas o andamento e progresso do que existia e existe hoje ajuda a ter uma ideia do que está por vir:

  • Mais e mais registros indexados disponíveis para a pesquisa auxiliarão ainda mais no encontro de dados dos ancestrais
  • A indexação ou transcrição de registros hoje feita por valentes voluntários será trabalho de máquinas que conseguirão fazer a leitura ainda que seja um registro do século XVII
  • Programas e sites continuarão seu progresso com o objetivo de facilitar a visualização e de encontrar correspondências entre outras árvores e registros
  • Enquanto pesquisadores descansam a Inteligência Artificial não deixa escapar nenhuma informação preciosa, indicando em seus dados a correspondência e sugerindo alterações de dados não muito coerentes
  • Os testes de DNA serão mais abrangentes e a comparação será mais fácil pois a cada pessoa que realiza, aumenta as informações no banco de dados facilitando as correspondências familiares para todos
  • Mais entidades terão seus acervos digitalizados facilitando para todos a busca
  • A comunicação entre os pesquisadores e descendentes também deve aumentar e ser facilitada graças às plataformas de genealogia

O que podemos ver é um futuro onde todos os antepassados e seus parentes colaterais estarão na árvore de alguém, tendo sua memória preservada, sua história revelada e os dados das gerações disponíveis para todos. Este trabalho deleitoso ajudará milhares de pessoas a saberem quem são e quem foram seus ancestrais que lhe ofertaram a vida.

Consultora de história da família, genealogista, pianista e principal responsável pelo blog do MyPast

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