Os principais segredos para montar uma Árvore Genealógica e ter sucesso na pesquisa de antepassados

Saber como montar uma árvore genealógica e descobrir mais sobre os antepassados pode ser trabalhoso, porém muito compensador. Conhecer as maneiras de guardar os dados preciosos dos ancestrais é um dos primeiros passos, o que não significa que pode ser alterado com o tempo. Afinal, mudanças na pesquisa genealógica acontecem com frequência.

A maneira como a árvore e as informações ficarão armazenadas é um item importante e o pesquisador pode eleger o que mais combina com seu estilo e com o qual ele deseja apresentar para outros familiares que tenha a ver com sua personalidade. A visualização de uma árvore é um tanto padronizada entre as plataformas e sites de genealogia ou impressos. Gráficos de linhagem são uma forma rápida de visualização e ajudam a processar mais rapidamente os familiares e suas ascendências.

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* informação obrigatória
  • Antes da disseminação e facilidade da tecnologia, livros de genealogia eram a melhor opção de compartilhamento e divulgação da pesquisa. A linhagem é retratada em sua maioria seguindo o padrão do exemplo fictício abaixo:
  • 1 – João Alberto da Silva, *12-03-xxxx em Limeira, SP, +25-11-xxxx no Rio de Janeiro, RJ, general do exército brasileiro, c.c. Maria Angela Portela em 4-4-xxxx em Limeira, SP, *26-09-xxxx em Limeira, SP, +03-01-xxxx no Rio de Janeiro, RJ, pais de:
  • 1.1 João Roberto Portela da Silva, *15-01-xxxx no Rio de Janeiro, RJ, +29-02-xxxx no Rio de Janeiro, RJ, pesquisador científico, c.c. Luiza Maria do Prado em 21-05-xxxx em Macaé, RJ, *14-06-xxxx em Macaé, RJ, +31-08-xxxx no Rio de Janeiro, RJ, pais de:
  • 1.1.1 Cristina Maria Prado da Silva, *20-10-xxxx no Rio de Janeiro, RJ, +21-10-xxxx no Rio de Janeiro, RJ.
  • 1.1.2 Tania Aparecida Prado da Silva, *12-06-xxxx no Rio de Janeiro, RJ, +27-03-xxxx em Macaé, RJ, c.c Teodoro Fonseca de Araújo
  • 1.2 Marta Ricarda da Silva, *25-04-xxxx no Rio de Janeiro, RJ, +27-07-xxxx em Recife, PE, c.c Leopoldo Martins Villa em 01-11-xxxx em Recife, PE, *12-xxxx em Recife, PE +13-05-xxxx em Recife, PE, pais de:
  • 1.2.1 João Caetano Martins Villa, *17-10-xxxx em Recife, PE, +29-03-xxxx em Vitória, ES, Sargento da Marinha Brasileira, c.c Escolástica Ribeiro em 25-05-xxxx, *14-08-xxxx em Recife, PE, +23-07-xxxx em Vitória, ES, pais de:
  • 1.2.1.1 Milena Astrid Martins Villa, *13-06-xxxx em Rio Grande, RS, +21-05-xxxx em Rio Grande, RS
  • 1.2.1.2 Pedro Henrique Martins Villa, * 29-01-xxxx em Rio Grande, RS, +07-02-xxxx em São Paulo, SP, Engenheiro civil, c.c Matilde Nogueira em 09-05-xxxx Em São Paulo, SP, * 12-06-xxxx em Ribeirão Preto, SP, + 28-07-xxxx em São Paulo, SP, pais de:
  • 1.2.1.2.1 Natalia Nogueira Villa, *31-03-xxxx em São Paulo, SP

A escrita organizada dessa forma visa trazer os principais eventos de cada ancestral e familiar, indicando datas e localidades e a ordem de parentesco e ligações. A numeração auxilia na interpretação do grupo familiar e geração.Como ela pode ser muito extensa e com muitos filhos, essa maneira facilita a localização mental e entendimento de parentesco, porém não é muito lúdica e pode estressar o cérebro que tenta entender de uma forma geral a linhagem.

Os asteriscos simbolizam o nascimento e o sinal de mais ou de cruz, o falecimento. No exemplo não foram indicados o ano dos eventos porque não são reais, deixados no artigo para que o pesquisador conheça a forma de grafar as gerações em livros de pesquisa genealógica.

Leia também: O que é uma árvore genealógica bem sucedida?

Atualmente a visualização mais conhecida e utilizada é o gráfico de linhagem, que graças à tecnologia permite abrir várias gerações e ampliar a visualização do descendente. Esta maneira facilita a assimilação cerebral da posição parental de cada antepassado.

Os gráficos de linhagem podem ter muitos formatos, sempre visando facilitar o leitor para o entendimento rápido. O mais comum é o horizontal tendo a pessoa principal ao lado esquerdo e seus pais e avós seguindo para a direita:

Outra forma muito apreciada, especialmente quando o pesquisador usa uma tela pequena de celular é o gráfico vertical, como se fosse uma árvore, com a pessoa principal abaixo, pais acima, avós mais acima ainda, ou para os descendentes, com o principal acima e os filhos, netos e bisnetos ligados abaixo:

Não há segredo: tem que arregaçar as mangas

É interessante e mais simples começar a pesquisa a partir da pessoa que está pesquisando. Para o início, uma folha de papel é suficiente para fazer um gráfico de linhagem simples e incluir o nome dos primeiros parentes. Para quem prefere a tecnologia, baixar um aplicativo com uma árvore é o primeiro passo. Em seguida basta completar as informações solicitadas e ele vai automaticamente guardando os dados e montando a árvore. A facilidade e praticidade dos aplicativos e sites ajudam na economia de tempo mas nem sempre são do gosto do descendente que pode compreender melhor escrevendo ou remontando em gráficos manuscritos. Para cada pessoa existe um estilo que vai auxiliar e que será parceiro em desvendar os mistérios familiares.

O nome da pessoa, as datas dos eventos principais bem como as localidades normalmente são o básico de dados para inserir a cada novo parente. Outras informações também são importantes como profissão, religião e realizações sociais importantes que podem auxiliar na pesquisa de outros documentos.

Artigo Especial: Os diferentes tipos de documentos genealógicos

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A primeira parte deveria ser a mais simples, mas nem sempre deixa de representar um grande desafio. Depois de inserir os próprios dados, o pesquisador então segue para seus pais. Em seguida ele passa para seus avós, que são 4 pessoas. Reunir apenas as informações pode ser uma escolha, mas quando a entrevista for oficial já é interessante solicitar todo o material possível como fotos, anotações de familiares, diários e outras recordações. Seguindo orientações de conduta nas entrevistas o sucesso é obtido na maioria dos casos.

Para os bisavós nem sempre os pais lembram do nome, datas e locais dos principais eventos. Porém, muito provavelmente devem lembrar de histórias e realizações, como com o que os avós deles (bisavós do pesquisador) trabalhavam, onde moravam e lembranças agradáveis que a maioria das pessoas têm com seus avós. Para ter o nome correto dos bisavós basta acessar o registro de nascimento dos pais. Com base nos dados de localidades transmitidos pela lembrança de pessoas vivas e do documento com o nome deles, encontrar as outras informações será mais fácil.

Nem sempre a família é constituída de relacionamentos convencionais e para muitos isso pode representar uma barreira. A dica é pesquisar o que se tem em primeiro plano, como as informações documentais ainda que com os relacionamentos incompletos. Com a parte visível completa se o pesquisador desejar ele pode tentar preencher as lacumas faltantes com outros recursos, sendo os testes de DNA muito utilizados nessa fase da pesquisa.

O pesquisador que consegue reunir informações de suas 4 gerações já sabe mais a respeito de sua ancestralidade e de sua própria identidade que a grande maioria das pessoas. Esse trabalho trará satisfação e autoconhecimento mesmo que seja dedicado em grande parte da vida do descendente.

Se aprofundando na pesquisa genealógica

Com os ancestrais falecidos a pesquisa deixa de ser algo pessoal, de memória viva, e passa para a memória escrita nos registros realizados ao longo do tempo. Os parentes vivos podem fornecer alguns desses documentos porém é muito comum o pesquisador precisar buscar em cartórios e na web, onde muitos documentos já estão digitalizados e disponíveis a todos.

A pesquisa direta em um cartório normalmente envolve custos e os principais documentos solicitados são:

  • Certidão de Nascimento
  • Certidão de Casamento
  • Certidão de Óbito

Os pedidos podem ser feitos pessoalmente, por telefone ou e-mail. Os documentos podem ser enviados por encomenda e entregue na casa do pesquisador caso sejam solicitados.

Os mesmos registros podem ser encontrados nas vastas bibliotecas virtuais em plataformas relacionadas à genealogia e História da Família. Eles estão em livros digitalizados em sua maioria e precisam ser “lidos” para encontrar o registro desejado. Muitas vezes os outros registros dos livros tem informações de outros parentes e por isso o pesquisador prefere “indexar” o livro todo de registros para facilitar sua própria busca em um momento futuro e também a de outros pesquisadores.

Encontrar o registro sem muito esforço é o desejo de todo mundo e isso é possível graças ao esforço de milhares de voluntários que realizam o trabalho de indexação com muito amor e atenção. A indexação torna possível que o documento seja encontrado apenas colocando o nome do antepassado em um sistema de busca. Esse índice também é utilizado pelas plataformas digitais criando sugestões na árvore cultivada pelo pesquisador.

Com essa infinidade de registros nas mãos (ou na tela) o pesquisador precisa então descobrir se o documento é realmente pertencente a seu antepassado ou não. Não é sábio pensar que uma pessoa que tem o sobrenome igual, quase igual ou parecido seja o ancestral pesquisado. Anexar esse documento ao histórico do ancestral requer cuidadosa comparação do que já se tem com o registro e as novas informações.

É extremamente importante averiguar:

  • Nome e possíveis grafias alternativas
  • Local do evento do registro
  • Data do evento
  • Relacionamentos familiares registrados

Nem sempre o nome será o mesmo do que o pesquisador tem em sua árvore. Mesmo não sendo exatamente igual ou às vezes nem mesmo parecido ele merece ser avaliado pelos outros itens. Os pais, cônjuge ou outros relacionamentos listados no registro são importante parâmetro para determinar se o registro é do ancestral ou não, porém só isso não basta. Quando os outros itens combinam então é hora de dar o veredito final.

Na pesquisa genealógica erros acontecem o tempo todo. Com esse entendimento o pesquisador fica consciente de que nem sempre ele acertará nas suas deduções ou histórico. Mesmo depois de anos de pesquisa é possível que a descoberta de ter o Antonio João de Oliveira errado o tempo todo pode frustrar mas é muito comum acontecer entre os pesquisadores do mundo inteiro e seus ancestrais. Uma pesquisa minuciosa analisando muito bem os documentos e com atenção voltada para a história relatada através das gerações ajuda a manter a linhagem e os dados corretos.

Leia também: Como driblar os erros em registros e informações na sua pesquisa genealógica

Nível avançado em pesquisa genealógica

Quanto mais o passado é desvendado, maior a emoção em descobrir outros ancestrais. E o sentimento não é forte apenas pelos antepassados. Como o trabalho genealógico é muito colaborativo as chances de entrar em contato com um descendente de um mesmo antepassado do qual não havia conhecimento prévio são enormes. O sentimento de pertencimento a uma pequena família é modificado pela visão de que, na verdade, a família é extensa e o sobrenome que parecia tão diferente se torna de repente o mesmo sobrenome de muitas pessoas. E essas surpresas são extremamente emocionantes.

Buscar pelos descendentes vivos correlatos pode ser uma ideia excelente, especialmente se algum deles também realiza a pesquisa dos ancestrais. O trabalho em família produzirá maior sucesso e poderá ser acelerado com duas ou mais pessoas desvendando os mistérios que um dia foram a vida destes antepassados. Contribuições de parentes desconhecidos são valiosas e merecem estar na árvore de ambos e dos que não contribuem efetivamente mas amam ver suas raízes e tentam ajudar de alguma forma.

Nessa fase a tecnologia é uma excelente aliada. A descoberta de árvores, literatura, registros antigos indexados e familiares vivos é amplamente beneficiada graças à ela. Redes sociais, plataformas digitais de genealogia e história da família, colaboração de muitos escritores e pesquisadores auxiliam na montagem desse quebra-cabeças apaixonante.

Genealogias em livros de família e história também são muito bem vindas nessa fase do trabalho. Buscar essa literatura em bibliotecas, arquivos ou mesmo de forma particular pode ampliar o conhecimento necessário para o trabalho de pesquisa de família.

Apesar de hoje existir muito material online e impresso, muitas vezes o ramo familiar procurado está intocado. Essa é a hora em que o pesquisador reúne todo seu conhecimento e vontade de aprender e remonta a história em uma linha da sua ancestralidade. É praticamente o mesmo trabalho da fase de comprovação e busca da linhagem acima dos vivos porém pode ser mais desafiadora devido a falta de informação ou por não saber exatamente onde buscar. Refletir e ter um plano de busca, começando pelo mais óbvio e partindo para o inusitado no sentido de documentos e informações vai servir de base para a reconstrução dessa história. Documentos pouco usuais acabam sendo procurados e o pesquisador não precisa imaginar que sua linhagem estacionou ali ou travou. Há sempre uma outra forma de conseguir dados importantes em repositórios pouco usuais. Persistência é um atributo importante para o descendente que busca suas origens.

O conhecimento da história e geografia do passado onde o ancestral viveu é chave para facilitar a decisão de busca dos registros que remontarão a história dos ancestrais. Sem ele muito tempo pode ser perdido em pesquisa nos locais errados. Esse fundamento inclusive evita buscar por registros inexistentes na atualidade, pois as guerras, desastres naturais e falta de atenção de entidades pode desabilitar ou mesmo destruir muita informação, o que é profundamente lamentável.

Leia também: Pensando fora da caixa na pesquisa genealógica

Organize seu tempo e dedique seu esforço com sabedoria

O resultado do trabalho de pesquisa nas diversas linhas ascendentes é profundamente ligado à disponibilidade do pesquisador e ela não é medida apenas pelo desejo de realizar essa tarefa mas muito pelo tempo que o pesquisador consegue dedicar apesar de seu trabalho e outros compromissos. Uma coisa é certa, quando a pessoa descobre a genealogia a possibilidade de se apaixonar é muito grande e o desejo de realizar esse trabalho aumenta a cada dia. Organizar a rotina é uma saída para conquistar os objetivos no prazo que o próprio descendente estabeleceu.

Consultora de história da família, genealogista, pianista e principal responsável pelo blog do MyPast

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